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Nara Roesler São Paulo tem o orgulho de anunciar Paragold, primeira individual de Heinz Mack (n. 1931, Lollar, Alemanha) no Brasil, celebrando o início de sua representação pela galeria. A mostra, com curadoria e texto de Matthieu Poirier, apresenta uma seleção de obras, entre esculturas, pinturas e trabalhos em papel, produzidas entre 1955 e 2020, oferecendo ao público a oportunidade de descobrir tanto a produção histórica do artista, quanto seus desdobramentos mais recentes. Paragold abre em 2 de setembro, permanecendo em exibição até 30 de outubro de 2021.


Ao longo de sua trajetória, Heinz Mack desenvolveu uma produção artística original marcada por investigações com a luz, a cor, a temporalidade e o movimento. Mack iniciou sua carreira na década de 1950, ao fundar o Grupo ZERO (1957-1966) ao lado de Otto Piene em 1957, ao qual viria a se juntar Gunther Uecker, em 1961. O objetivo do coletivo estava em criar um espaço desprovido de estruturas prévias, um lugar silencioso no qual poderiam se originar novas possibilidades. Mack também manteve contato próximo com Yves Klein, com quem desenvolveu uma grande amizade que os levariam a colaborar em inúmeras ocasiões, e que seria responsável por lhe apresentar a Jean Tinguely, revelando um universo de experimentações que informaram sua própria busca pela pureza estética, pelo essencial. Em suas próprias palavras, Mack sintetiza: “O objetivo é alcançar a clareza pura, grandiosa e objetiva, livre da expressão romântica e arbitrariamente individual. Em meu trabalho eu exploro e busco fenômenos estruturais, cuja lógica estrita eu interrompo ou amplio por meio de intervenções aleatórias, ou seja, de eventos fortuitos.”


Em consonância com esse pensamento, a prática de Mack passou a se apoiar em três pilares principais - luz, movimento e cor -, que ele explorou por meio de uma produção variada que vai desde esculturas cinéticas, estruturas em metal ou espelho, até projetos de land art, assim como pinturas compostas por modulações cromáticas. A exposição propõe uma seleção de obras de fases fundamentais das investigações do artista, incluindo sua produção cinética com suas primeiras esculturas em metal, nas quais a dinâmica se dá através do reflexo da luz e de suas variações naturais, bem como seus icônicos Rotors, que engendram mecanicamente refrações de luz, cujo brilho altera suas formas a partir de movimentos quase imperceptíveis, ocasionalmente amplificados pela luz artificial neles embutida. Além disso, a seleção apresenta as emblemáticas Steles de Mack, colunas que manipulam a relação entre a luz e o espaço, espelhando, alterando e integrando seu entorno em suas superfícies, ao mesmo tempo que oferece um panorama do interesse do artista pela pintura, ancorando essa prática na alternância de modulações cromáticas, executadas como modo de alcançar o que ele define como vibrações da cor. A seleção variada e rigorosa das obras apresentadas em Paragold, a alquimia cinética, permitirá ao público mergulhar em um recorte retrospectivo da obra de Heinz Mack, em que a pontuações de fases específicas de sua carreira se mostram capazes de ilustrar os alicerces de sua prática.


Em última análise, a exposição coloca em primeiro plano a natureza original da longa e inovadora prática do artista, por meio de uma seleção de obras que fazem convergir os interesses do artista pelas questões relativas à luz, movimento e cor. A mostra demonstra como Mack tem continuamente trabalhado para entender esses elementos, assim como para valorizá-los em relação uns aos outros, em uma busca obstinada pelo que ele entende como clareza estética.

Vistas da Exposição