Até dia 27 de maio, Academia, de Marcos Chaves e curadoria de Ulisses Carrilho estará em exibição na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro.
A academia de ginástica ao ar livre do Aterro, com seus equipamentos feitos com baldes, latas e cimento, criada e conservada por uma cooperativa da praia, entrou para a série Sugar Loafer (2014), de Marcos Chaves. E foi reinterpretada pelo artista na instalação Academia (2015), feita com esculturas de cimento, tubos de ferros, madeira e tapewares.
A ideia de Academia grega é o ponto de partida do trabalho, muito embora ele seja uma investigação visual das academias de pedras, das praias e subúrbios. Estas estruturas são dispositivos sociais e comunitários, que geram experiências complexas e sofisticadas, apesar de surgirem a partir de uma pobreza econômica.
A mostra nega o conhecimento anódino das escolas, das teorias descoladas da experiência, e abre caminho para o saber que funde-se com a carne e a vida, visto nas entrelinhas do cotidiano, que se constrói em resposta à necessidade diária.
“Instaurar uma academia no hall de entrada da Escola de Artes Visuais, que foi pensada como uma anti-academia pelo artista Rubens Gerchman, é lembrar que o conhecimento existe para além das instituições. Que passa pelo corpo, pela experiência. Não se trata apenas de algo mental, mas uma perspectiva mais contemporânea de entender o conhecimento e os saberes. A cabeça como parte do corpo”, avalia Ulisses Carrilho, curador da EAV Parque Lage.