Em 2022 o DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental chega à sua 8ª edição consecutiva celebrando o retorno às atividades presenciais e trazendo uma programação diversificada. Entre 22 e 24 de setembro, o evento ocupa a Cinemateca do MAM com um panorama da produção brasileira e internacional de cinema experimental, realizando exibições nos formatos analógico e digital, lançamento de livro e debates. Ao fim das atividades presenciais, o festival terá uma sequência online, de 25 de setembro a 2 de outubro.
Como nas edições anteriores, os Programas da Convocatória são o carro-chefe do DOBRA. Este ano, serão cinco programas temáticos, que totalizam 41 filmes selecionados a partir das mais de 1.000 inscrições recebidas na Convocatória, aberta em julho passado. A curadoria do festival, formada por Cristiana Miranda e Lucas Murari, identificou temas que se destacaram no trabalho dos artistas, tais como a investigação estética da paisagem, a busca por uma abordagem poética e política na análise dos espaços urbanos, a criação a partir da inventividade técnica e estilística e o uso estratégico do desvio na reutilização de imagens de arquivo.
Os Programas da Convocatória traçam um vasto panorama da produção experimental contemporânea mundial. Além dos filmes do Brasil, eles contam com representantes da Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, México, Paraguai e Reino Unido.
Além dos programas da convocatória, a programação 2022 do DOBRA contará com dois programas especiais, exibidos no primeiro dia do festival, 22 de setembro.
O programa Natureza Expandida reúne obras de artistas visuais consagrados – Rose Lowder, Chris Welsby, Charlotte Pryce, Coletivo Los Ingrávidos, Jonathas de Andrade e Daniel Steegmann Mangrané – produzidas a partir da década de 70 e que discutem o conceito de Natureza. São obras que utilizam práticas ecológicas como ferramentas de criação – é o caso de colocar flores na película, de enterrar o filme, inventar dispositivos de observação, deixar a câmera ser afetada por forças naturais, engajar o corpo que filma em uma relação simbiótica com o ambiente e reconstituir ecossistemas na projeção, entre outros procedimentos artísticos. Esse programa toma como base obras analisadas e discutidas na antologia “Expanded Nature – Écologies du cinéma expérimental”, organizado por Elio Della Noce e Lucas Murari (Ed. LightCone, 2022), livro que reúne 22 colaboradores internacionais sobre o assunto e que será lançado no DOBRA.