Nara Roesler traz para a Frieze LA, uma apresentação individual da brasileira Maria Klabin com pinturas recentes em que figuras adormecidas e grandes paisagens povoadas por figuras estranhas são combinadas com outras cenas de quietude, silêncio e sonolência. As impressionantes pinturas de Klabin são repositórios do traço do gesto, da densidade da tinta a óleo, de suas pinceladas amplas, ambiciosas e fluidas, comportando-se como estruturação arquitetônica de suas composições.
O processo da artista consiste na produção constante de desenhos, fotografias e anotações, extraídos de seu entourage, seguidos de uma abordagem à pintura que se desdobra de sua prática em outros campos, como a dança, que ela pratica desde a infância. Exemplares nesse sentido são suas pinturas de paisagens em grande escala, que tomam forma por meio de um processo altamente físico, como uma coreografia sobre a superfície da tela, criando figurações por meio do encontro entre dois corpos, o dela e o da pintura.
A seleção inclui obras que emanam da observação iniciada durante a pandemia, quando Klabin retomou um tema-chave em seu repertório: o retrato, com foco na individualidade do sujeito, mas também nas relações entre ele e o espaço, transformando a cena em uma paisagem doméstica.