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Para a LOOP Fair, a Galeria Nara Roesler tem o prazer de apresentar Limbo (2011), do artista e cineasta brasileiro Cao Guimarães. A obra de Guimarães surge de um amplo e profundo diálogo com o cinema, caracterizado-se por longas viagens, ou deambulações, por meio das quais o artista constrói um inventário de imagens do cotidiano, um léxico de momentos de banalidade poética.

 

Limbo é um curta-metragem ambientado nos Pampas, região ao sul da América do Sul, que abrange os territórios do Brasil, Uruguai e Argentina, e que é caracterizada por vastos campos secos. No trabalho, Guimarães centra-se em parques infantis da região, captando, ao longo do dia, momentos fantasmagóricos em que balanços, gangorras e outros brinquedos movem-se por conta própria, como que acionados por uma presença invisível. Desse modo, o artista traz à tona noções de ausência, isolamento e paralisação – características não só da região, por sua natureza árida, desértica e, aparentemente, ilimitada –, mas também cria reflexões sobre o espaço-entre, sobre a espera infinita e a suspensão da temporalidade. Essas questões são ainda evocadas pelo título: no catolicismo o termo designa o espaço intermediário de espera eterna, onde crianças que não foram batizadas, e por isso não podem ser alçadas ao céu nem legadas ao inferno, permanecem para sempre.

 

Em suas próprias palavras, o artista descreve o trabalho como: ​​“Um lugar fora do lugar, um lugar-entre. Um buraco no espaço e no tempo. Playground para os que vieram antes, os que se foram cedo. Eterno domingo ao vento.”

 

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