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Para a Frieze Los Angeles Viewing Room, Nara Roesler tem o prazer de propor uma seleção que põe em diálogo os trabalhos do artista francês JR e da artista brasileira Virginia de Medeiros. A apresentação revela como, ainda que com diferentes práticas, ambos convergem pelo interesse mútuo pela fotografia como meio de dar protagonismo às comunidades e identidades marginalizadas. De fato, os dois artistas se inserem nos universos desses indivíduos que vivem na periferia da sociedade, sendo sistematicamente prejudicados, deixados de lado ou deliberadamente negligenciados, de modo a trabalhar para dar visibilidade  às suas existências. O estande online traz trabalhos de diferentes séries icônicas de JR, tais como Women are Heroes, Unframed, e The Wrinkles of the City, nas quais ele visa inspirar o público a valorizar as mulheres e os idosos, figuras que atuam como pilares de suas comunidades, ainda que muitas vezes sejam as principais vítimas da violência e negligência. Estes trabalhos aparecem dispostos ao lado da série Alma de bronze, de Virginia de Medeiros, que retrata mulheres que compõem a liderança da Frente de Luta por Moradia, parte do Movimento Sem Teto do Centro, em São Paulo, na esperança de captar e transmitir a força daquelas que se portam como verdadeiras guias de suas comunidades na luta pela sobrevivência. Ao usar o retrato fotográfico, JR e Virginia de Medeiros dão foco às histórias individuais daqueles que vivem nas margens, colocando em primeiro plano a identidade de cada um, de forma a forçar o público a confrontar as dificuldades - e a importância - dessas realidades.

 

JR nasceu em Paris, em 1983. Ele vive e trabalha entre Paris e New York. Algumas de suas últimas exposições e projetos individuais incluem: JR: Chronicles, na Saatchi Gallery (2021), em Londres, Reino Unido; JR: Chronicles, no Brooklyn Museum (2019), em Nova York, Estados Unidos; Momentum. La Mécanique de l'Épreuve, na Maison Européenne de la Photographie (2018), em Paris, França; Chroniques de Clichy-Montfermeil, no Palais de Tokyo (2017), em Paris, França; Kikito, uma instalação temporária na fronteira México/Estados Unidos (2017); JR at the Louvre, no Musée du Louvre (2016), em Paris, França. Exposições coletivas recentes incluem: JR, Adrian Piper, Ray Johnson, no Museum Frieder Burda (2019), em Berlim, Alemanha; Refuge, no 21c Museum (2019), em Bentonville, Estados Unidos; Post No Bills: Public Walls as Studio and Source, no Neuberger Museum of Art (2016), em Purchase, Estados Unidos; e Tu dois changer ta vie, no Tripostal (2015), em Lille, França. Seus trabalhos fazem parte de importantes coleções públicas de instituições como: The Brooklyn Museum, Brooklyn, Estados Unidos; Château La Coste, Aix-en- Provence, França; Hong Kong Contemporary Art Foundation, Hong Kong; Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Estados Unidos; Palais de Tokyo, Paris, França; San Francisco Museum of Modern Art, San Francisco, Estados Unidos; entre outras.

 

Virginia de Medeiros nasceu em Feira de Santana, BA, Brasil, em 1973. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo, SP, Brasil. Exposições individuais recentes incluem: Clamor, no Instituto Tomie Ohtake (ITO), em São Paulo, Brasil; 29º Programa de exposições, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) (2019), em São Paulo, Brasil; Alma de bronze, na Ocupação Nove de Julho (2018), em São Paulo, Brasil; Studio Butterfly e outras fábulas, na Galeria Fayga Ostrower, Complexo Cultural Funarte (2018), em Brasília, Brasil. Participou de bienais como: Jogja Biennale 14, Indonésia (2017); 27ª e 31ª edições da Bienal de São Paulo, Brasil (2006 e 2014). Entre suas exposições coletivas recentes, destacam-se: Love and Ethnology. The Colonial Dialectic of Sensitivity (after Hubert Fichte), na Haus der Kulturen der Welt (HKW) (2019), em Berlim, Alemanha; Arte Democracia Utopia – Quem não luta tá morto, no Museu de Arte do Rio (MAR) (2018), em Rio de Janeiro, Brasil; Forms of Resistance, na Golden Thread Gallery (2017), em Londres, Reino Unido, e Histórias da sexualidade, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) (2017), em São Paulo, Brasil. Suas obras fazem parte de importantes acervos institucionais como: Associação Cultural Videobrasil, São Paulo, Brasil; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil.