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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar a nova exposição individual de Paulo Bruscky com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, que abre ao público no dia 27 de maio. A mostra ocorrerá simultaneamente a outra individual do artista, também com curadoria de Visconti, que inaugura dia 3 de junho no Instituto de Arte Contemporânea – IAC, em São Paulo.

 

A quarta individual de Paulo Bruscky na sede paulista da galeria reúne uma seleção de trabalhos retirados do que o artista chama de "Banco de Ideias", que consiste em uma série de cadernos produzidos desde os anos 1970  e continuamente atualizados, no qual Bruscky insere pensamentos, anotações e incontáveis projetos de trabalhos, muitos deles não realizados. Deste modo, a mostra irá realizar pela primeira vez alguns desses projetos, como Estacione seu burro aqui e Triângulo. Na exposição, os trabalhos oriundos do Banco de Ideias são apresentados com outras obras de Bruscky que têm como eixo comum a releitura que o artista faz de objetos encontrados (como a geladeira recheada de obras em Entre, ar condicionado) e até mesmo de estruturas urbanísticas (como em Amsterdã Erótica).

 

Já a exposição no Instituto de Arte Contemporânea – IAC traz um recorte do Arquivo Paulo Bruscky, uma coleção de milhares de itens constituída ao longo de cinco décadas de pesquisa, dentre os quais estão trabalhos, publicações, documentos, correspondências, de aproximadamente 1000 artistas de 52 países, abrangendo as mais importantes vanguardas do século XX, como futurismo, dadaísmo, pop art, grupos Cobra, Gutai e Fluxus, arte conceitual, vídeo arte, arte correio, áudio arte e poesia experimental.

 

Nas palavras de Visconti: "A primeira exposição de Paulo Bruscky no Instituto de Arte Contemporânea – IAC foi concebida a partir de pesquisas em seu infindável arquivo pessoal, essa espécie de “Biblioteca de Babel” borgeana no Recife onde convivem e conversam cartas, obras, poemas, ideias do próprio Bruscky e de um número incalculável de outros artistas, de maneira análoga ao que acontece, de certa forma, no próprio IAC. Como qualquer arquivo de grandes dimensões, o de Bruscky é labiríntico e potencialmente infinito, porque cada uma das suas partes aponta simultaneamente para inúmeras outras, tornando impossível a tarefa de abarcá-lo. (...) O eixo escolhido, em diálogo com o próprio artista, foi o da colaboração, apoio e afinidade do artista com colegas ao redor do mundo que enfrentavam, como ele, as ameaças e os perigos de regimes opressores".        

 

Artista multimídia, poeta e pioneiro da “arte-comunicação”, Bruscky surgiu no cenário artístico brasileiro durante o período da Ditadura Militar, momento em que as liberdades políticas e de expressão estavam sob forte repressão. Por se tratar de um contexto que dificultava a criação de trabalhos mais convencionais, dada a perseguição da censura, muitos artistas passam a se valer de linguagens e suportes alternativos, como vídeos, performances, postais e happenings, surgindo assim uma cena conceitual de grande importância no país, da qual Paulo Bruscky foi um dos principais expoentes.

 

               Sua prática artística, baseada na ideia de arte como informação, é marcada pelo experimentalismo constante, resultando em um corpo de obras plural, composto por poesias visuais, livros de artista, performances, intervenções urbanas, filmes em Super-8 e trabalhos em novas mídias.

 

Com os dois projetos paralelos, Visconti consegue abordar dois campos de enorme importância na trajetória de Bruscky: a contestação social e política - resultado da sua postura crítica e militante, em parte concebida em contestação à ascensão de governos militares e severos regimes ditatoriais em diversos países latino-americanos, incluindo o Brasil - e o humor e a ironia como recursos poéticos.

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