A Galeria Nara Roesler | São Paulo tem o prazer de apresentar Lux, a primeira individual no Brasil do coletivo de artistas argentinos e brasileiro Provisório Permanente. A exposição, que acontecerá de 15 de junho a 20 de agosto, é uma retrospectiva de trabalhos importantes do grupo, incluindo instalações interativas, registros de performances e fotografias produzidas com tecnologias analógicas.
Os trabalhos apresentados fixam ativamente uma imagem por meio do envolvimento dos visitantes, seus espectadores. Relacionados ao tema do corpo e da captura de sua imagem, as obras funcionam como arenas de potenciais que incentivam os participantes a tomar parte na experiência e contribuir para seu significado final.
Um dos destaques é Hermética (2010), uma instalação participativa que apresenta aos visitantes diversas etapas do processo de fabricação de uma chave e os incorpora ao produto final. O espectador se vê numa sala onde um espelho reflete sua imagem. Uma antiga câmera de placa projeta o perfil do visitante numa tela preta; em seguida, esse perfil é revelado numa câmara escura, reduzido e impresso numa chave. Na última etapa do processo, a Hermética é usada para fazer uma cópia da chave, que é entregue ao visitante que a solicitou.
Circular (2016), outra obra de destaque, consiste em uma luneta sobre um pedestal de ferro, apontada fixamente para um espelho. Na parede oposta há outros espelhos dispostos em ângulo. Ao olhar pela luneta, o espectador vê imagens fragmentadas de si mesmo. Em Los Fuegos (2016), um dispositivo semelhante a uma câmera, com um flash eletrônico, um tubo de raios catódicos e uma tela curva imprime, sobre uma tela de fósforo, a imagem evanescente de parte do rosto de uma mulher.
O corpo espectral do visitante anônimo é objeto constante de interesse na prática do Provisório Permanente. Num processo ligado à crença supersticiosa sobre a captura da alma, os visitantes inadvertidamente deixam um rastro material ao participarem das ações do grupo. O coletivo cria cenários numa tentativa de distender a duração do momento presente e conceder ao público um papel de protagonismo, possibilitando que documentos criados pela interação entre público e obra de arte sejam arquivados em seus trabalhos.
O coletivo Provisório-Permanente é sediado em Buenos Aires e São Paulo e foi fundado por Victoriano Alonso (n. 1976, Buenos Aires), Eduardo Basualdo (n. 1977, Buenos Aires), Hernán Soriano (n. 1978, Buenos Aires), Pedro Wainer (n. 1975, Cidade do México, vive em Buenos Aires) e Artur Lescher (n. 1962, São Paulo). No ano passado, o Provisório-Permanente apresentou seu trabalho nas exposições individuais Mirar la obscuridade, na Galeria de Arte Ruth Benzacar, e des-lúcidos, na Casa Nacional del Bicentenario, ambas em Buenos Aires. Algumas das principais exposições coletivas do grupo foram: 7ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2009); Lágrimas de Niña Cocodrilo (Fondo Nacional de las Artes, Buenos Aires, 2009); Toponave (Centro Cultural de España en Buenos Aires, 2008); Visitas a la Casa del Coleccionista, Buenos Aires (2005- 2007); entre outras.