são paulo, brasil
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phosphorus e galeria nara roesler apresentam: a entrevista
A exposição é o resultado de um denso diálogo entre a curadora da mostra
Maria Montero, gestora do Phosphorus, e, Rodolpho Parigi artista e criador de Fancy Violence, aparição que sai de uma pintura e invade o campo da arte.
O nascimento de Fancy Violence desestabilizou o criador e seu entorno, é para isso que veio ao mundo, para criar ruído.
O que uma mudança de pele dessa natureza provoca?
Alter-ego, personagem, heterônimo...Mas afinal o que é Fancy Violence?
Essa é uma questão presente na exposição, mas não é definitivamente a questão central.
Não se trata de uma necessidade de definir ou esclarecer.
O foco da exposição é problematizar a dualidade, a tensão gerada entre dois polos, quase opostos. O embate estético e ético entre esses artistas (já que ela também é artista).
Como compartilham um corpo, uma casa, uma vida?
Quais são os limites de um e de outro. Quais são os procedimentos poéticos e construtivos de cada um deles?
Como um afeta a existência do outro?
Tendo em mente essa provocação, a exposição foi sendo pensada como um trabalho conjunto em progresso, onde cada conversa impulsionava movimentos para novas direções.
A produção de Fancy é mostrada pela primeira vez de modo amplo. São pinturas, nanquins e um escandaloso auto-retrato em paetês dialogando com os nanquins de Parigi.
A escolha do local tem a ver com o ambiente por onde Fancy circula. Fora do circuito, porém, no centro.
A exposição conta também com um vídeo onde a curadora entrevista simultaneamente os dois "personagens".
Vida e ficção se confundem num jogo de linguagem onde primeiras e terceiras pessoas se mesclam criando um corpo único.