Com curadoria de Marta Mestre, a exposição apresenta uma seleção de cerca de 40 artistas e mais de 80 obras pertencentes a coleções
públicas e privadas em Portugal, e tem como objetivo identificar alguns nexos históricos que ainda passam à margem das narrativas institucionalizadas sobre a produção artística da América Latina.
De forma a contornar a fragmentação intrínseca às diversas coleções existentes em Portugal, a exposição opta por um ângulo histórico circunscrito - a produção artística dos anos 1970 até hoje -, e percorre produções artísticas especialmente importantes para entender a vitalidade e originalidade artística de países tão diversos quanto a Argentina, Brasil, Cuba, Espanha, México, Portugal, Chile, Venezuela, Alemanha ou Colômbia.
O título da exposição, que remete para a frase de Hélio Oiticica “da adversidade vivemos”, refere-se à ideia de existência enquanto espaço de confronto e de disputa, que inscreve a ideia de experimentação, habitualmente associada à América Latina. O mesmo título denuncia igualmente um tom de melancolia ou “fim de festa”, que sinaliza o presente desequilíbrio induzido pelo neoliberalismo consumista e pela retomada de poderes conservadores em vários países.