A exposição faz parte do projeto Desdobramentos – Acervo em Expansão, que tem como ponto de partida as condições arquitetônicas do Sesc Santo Amaro e a relação de transparência, transbordamento e interferência que o arquiteto Edson Elito apresenta.
A mostra discute a diferença entre acumular e colecionar. Mais do que uma aglomeração de objetos, colecionar significa estabelecer critérios de seleção e de categorização. Ao categorizar, separar e organizar, o colecionador define uma ordem no mundo que espelha a singularidade de sua forma de pensar.
Em uma época em que se acumulam amigos virtuais, defender a beleza da seletividade e da definição de critérios de organização é defender o pensamento crítico, a liberdade de escolha e de definição de valores para a construção do mundo que queremos.
Quem pode colecionar e o que pode ser colecionável? Todos e tudo. Marcelo Silveira coleciona, no melhor sentido do termo, madeiras, vidros, papéis, e organiza-os em estantes, cristaleiras ou armazéns, onde há o lugar certo para cada item. Seriam esses armazéns uma representação da nossa mente e da nossa capacidade de organizar o caos existencial com recursos mentais?
A obra de Marcelo Silveira é um incentivo para selecionarmos obras para nossa coleção imaginária. Se ela é feita de imagens de obras de arte, imagens de cenas vivenciadas ou de lembranças de amigos, isso é livre decisão de cada colecionador, ou seja, de cada um de nós.