O trabalho proposto por Xavier Veilhan para o espaço do Collégiale Saint-Martin dá continuidade a reflexão, que permeia sua prática, sobre a tradição escultórica na história da arte. A relação com o passado se dá, não só no interior do campo artístico, mas também da arquitetura. O artista joga com a riqueza do espaço, pois, diferente da neutralidade de muitos museus e galerias, a instituição é um lugar composto pela sucessão de camadas históricas. A instalação de Veilhan não interfere diretamente sobre a estrutura, construída e reelaborada ao longo de séculos, mas apresenta uma série de elementos que convidam o público a ponderar sobre a relação entre patrimônio e criação artística. São dispostos no ambiente uma proliferação de pedestais de diferentes tamanhos. Esse conjunto heterogêneo, ora apresenta, ora se torna as próprias esculturas, tendo em vista seu caráter tridimensional. O contraste entre as dimensões traz ritmo e leveza para o espaço e cria uma zona intermediária entre o chão e as paredes.