Biografia

O artista Alberto Pitta tem como elemento central de seu trabalho a estamparia têxtil e a serigrafia, embora também venha se dedicando à pintura e a obras escultóricas nos últimos anos. Com uma carreira de mais de quatro décadas, a produção de Pitta é muito ligada a festividades populares e em diálogo outras linguagens, como a indumentária, seu trabalho tem uma forte dimensão pública, tendo sido o autor de estamparias presentes em blocos afro do carnaval como o Olodum, Filhos de Gandhy e o seu próprio, o Cortejo Afro.  


Sua produção de estamparias teve início na década de 1980. As mesmas apresentam signos, formas e traçados que evocam elementos tradicionais africanos e afro-diaspóricos, em especial os oriundos da mitologia Iorubá, muito presente em Salvador e no recôncavo baiano. Nas palavras do curador Renato Menezes: “De fato, signos, formas e traços que evocam grafismos tradicionais africanos encontraram, sobre seus tecidos, um lugar privilegiado de educação das massas e de contação de histórias que só fazem sentido coletivamente. Se a escrita, na obra de Pitta, se organiza no conjunto de padrões e cores que reinterpretam a cosmovisão yorubá, a leitura, por outro lado, diz respeito à relação estabelecida no contato entre corpos em movimento, quando as ruas da cidade viram terreiro. Pelas dobras dos tecidos que cobrem os foliões percorre um alfabeto de letras e afetos, mobilizados pela música e pela dança: é no corpo do outro que se lê o texto que nos completa”.

Alberto Pitta participou de importantes mostras dentro e fora do Brasil. Dentre as individuais, se destacam: Mariwó, na Paulo Darzé Galeria (2023), em Salvador e Eternidade Soterrada, organizada pela Carmo & Johnson Projects (2022) em São Paulo. Dentre as coletivas, se destaca sua participação na 24a Bienal de Sidney (2024); O Quilombismo, na Haus der Kulturen der Welt, em Berlim, na Alemanha (2023); Encruzilhada, no Museu de Arte Moderna de Salvador (2022), em Salvador, Brasil, e Um Defeito de Cor, no Museu de Arte do Rio (2022), Rio de Janeiro, Brasil. Seu trabalho figura em coleções institucionais, como: Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil e Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil.