No início da década de 1970, Angelo Venosa frequentou a Escola Brasil, espaço experimental de ensino de arte. Em 1974 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI). Na década de 1980 assiste a cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, epicentro da chamada “Geração 80”. Venosa se distingue de boa parte dos artistas de sua geração, marcada pela retomada da pintura, por ter se dedicado à escultura. Seus trabalhos, em madeira, envoltos por tecido, resina, fibra de vidro ou ossos, cera de abelha e dentes são frequentemente associados a estruturas orgânicas.
Como sintetiza o crítico Lorenzo Mammi: “Ainda mais adequado, talvez, para comentar essas obras, seja um trecho de A montanha mágica, de Thomas Mann: “O que era, então, a vida?... era uma febre da matéria... Não era nem matéria nem espírito. Era qualquer coisa entre os dois, um fenômeno sustentado pela matéria, tal e qual o arco-íris sobre a queda-d’água, e igual à chama. Mas, se bem não fosse material, era sensual até a volúpia e até o asco. A precisão técnica da análise e o prazer artesanal da construção, sempre presentes nos trabalhos de Venosa, concorrem para construir não um objeto, mas um corpo, com todas as ressonâncias de alheamento e ameaça que esse termo possa ter. A mosca acaba incorporando a máquina, ou vice versa, no entanto, no resultado final, a vida permanece como um ruído surdo, irredutível, inquietante."
As exposições recentes do artista são fruto de sua constante experimentação e parecem revisitar os trabalhos dos anos 1980, ao retomar os mesmos materiais e vocabulário formal, embora proponham um outro diálogo entre escultura e espaço.
Angelo Venosa nasceu em São Paulo, em 1954. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro. Algumas de suas mostras individuais recentes são: Projeto Clareira, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) (2021), em São Paulo, Brasil; Compor.Decompor, no Centro Cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ) (2019), no Rio de Janeiro, Brasil; Catilina, no Paço Imperial (2019), no Rio de Janeiro, Brasil; Penumbra, no Memorial Vale (2018), em Belo Horizonte, Brasil, e no Museu Vale, em Vila Velha, Brasil; Angelo Venosa: Panorama, com itinerância por Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) (2014), Recife, Brasil; Palácio das Artes (2014), Belo Horizonte, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013), São Paulo, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) (2012), Rio de Janeiro, Brasil. Sua trajetória inclui mostras na 5ª Bienal do Mercosul, Brasil (2005); 45ª Bienal de Veneza, Itália (1993); e na 19a Bienal de São Paulo, Brasil (1987). Esculturas públicas do artista podem ser vistas no Jardim do Ibirapuera, Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), São Paulo, Brasil; no Jardim da Luz, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, Brasil; na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil; no Museu do Açude, Rio de Janeiro, Brasil; no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), RIo de Janeiro, Brasil; no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba, Brasil. Seus trabalhos fazem parte de importantes coleções institucionais, como: Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), São Paulo, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), São Paulo, Brasil; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri, Espanha; entre outros.