Biografia

Há mais de vinte anos Jose Dávila (n. 1974, Guadalajara, México) tem atuado no campo da escultura, criando trabalhos em que diferentes materialidades são articuladas em arranjos precários. O equilíbrio, alcançado a partir do agenciamento da energia gravitacional, é um dos principais métodos composicionais do artista, assim como a serialidade e o empilhamento, gerando formas que criam tensões não só visuais, mas físicas. A aparente instabilidade de suas peças instaura um estado de atenção que apura nossa percepção do espaço, também posta em cheque ao nos conduzir a encarar os elementos empregados em sua construção sob diferentes perspectivas, observando como são capazes de fazer coexistir a brutalidade e a fragilidade, a forma orgânica e forma artificial, a organização e o caos, a ameaça e o convívio. 

A prática de Dávila se baseia em abordagem original das propriedades fundamentais do meio escultórico, tais como peso, densidade, forma, solidez, volume e massa. A esses aspectos somam-se as características das próprias matérias, que podem ser empregadas em estado bruto, como rochas, ou após terem passado por processos industriais, como estruturas de metal, concreto e vidro, fazendo do trabalho do artista o resultado expressivo da vontade construtiva humana. Articulando diferentes objetos, muitas vezes com auxílio de cordas e fios, ou apoiando-os um nos outros, o artista dá protagonismo às forças físicas, explicitadas pela relação de dependência entre as formas e fazendo-nos notar os diversos ritmos propostos pelas dinâmicas e tensões internas à sua configuração.

Jose Dávila vive e trabalha em Guadalajara, México. Realizou diversas exposições individuais, entre quais destacam-se: El pasado nunca es el mismo, na Casa Wabi (2024), em Puerto Escondido, México; Um pirata, um Poeta, um Peão e um Rei, na Nara Roesler (2023), em Sao Paulo, Brasil;  Las piedras saben esperar, no Centro Internazionale di Scultura (2021), em Peccia, Suíça; Directional Energies, no Dallas Contemporary (2020), em Dallas, Estados Unidos; Pensar como una montaña, no Museo Amparo (2019), em Puebla, México; Non tutti quelli che vagano sono persi, no Museo del Novecento (2018), em Florença, Itália; Die Feder und der Elefant, no Kunsthalle Hamburg (2017), em Hamburgo, Alemanha; e Jose Dávila: The Object and the Environment, no Jumex Museum (2016), na Cidade do México, México. Participou da 16a Bienal de Lyon, França (2022), da 22a Bienal de Sidney, Austrália (2020), além da 13a e da 12a Bienal de Havana, Cuba (2019 e 2017). Seus trabalhos também integraram as exposições coletivas: Walking Through Walls, no Gropius Bau (2019), em Berlim, Alemanha; Cher(es) ami(e)s, no Centre Georges Pompidou (2016), em Paris, França; Panorama. Foreigners everywhere, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) (2009), em São Paulo, Brasil; Eco. Mexican Contemporary Art, no Museo Nacional Centro de Artes Reina Sofia (MNCARS) (2005), em Madri, Espanha. Entre as coleções que possuem obras suas, encontram-se: Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Pérez Art Museum, Miami, Estados Unidos; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri, Espanha; Instituto de Arte Contemporânea de Inhotim, Brumadinho, Brasil; e Hamburger Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha; entre outras.