A Galeria Nara Roesler | New York apresenta Laura Vinci: Diurna, primeira exposição individual da artista em New York. Apresentando instalações esculturais delicadas, a exposição busca refletir sobre a nossa relação em constante evolução com a natureza, mediada pelo espaço urbano.
Em Diurna, a instalação Folhas Avulsas (2018), composta por 72 esculturas douradas em formato de folhas, irá cercar as recém-abertas janelas da galeria, convidando a luz natural de verão da cidade a adentrar o espaço expositivo. As folhas de Vinci ondulam, eternalizando o movimento de uma leve brisa na folhagem, lembrando o espectador que o verão é seguido do inverno. De acordo com Vinci, "Diurna cria um movimento de migração, insinuando uma transferência de folhas de um outono virtual no Hemisfério Sul para dar as boas-vindas à nova estação no Norte. Essas folhas fundidas em latão e banhadas a ouro pontuam a arquitetura do espaço, como se fossem sopradas pelas janelas recém-abertas."
Embora possa parecer contraditório que objetos destinados a simbolizar transitoriedade e movimento sejam fixados à parede, as esculturas foram cuidadosamente projetadas para permitir que se tornem um componente estrutural no espaço da galeria, enraizando-se fisicamente em sua localização geográfica. Como explica Vinci, "As folhas avulsas são fixadas diretamente à parede através de finos alfinetes, como relíquias de um futuro em que as excentricidades singulares de nossa Terra deixaram de ser notadas. A luz externa se abriga no espaço da galeria, variando em intensidade e tonalidade e estabelecendo uma coloração solar no ambiente. Diurna convida o espectador a ver-se como parte integrante desse ambiente pulsante, onde seu próprio corpo está presente no continuum."
O tom político da exposição ecoa através das obras Onde Estamos? (2017) e Duas Medidas (2017). Fixadas à parede, essas esculturas de bússola e balança (respectivamente) evocam instrumentos que medem direção e peso, reiterando a questão sobre nossa atual posição no mundo. No entando, a artista também sugere a necessidade de mudança e transformação ao incluir pequenos fragmentos de granada às esculturas. A pedra granada, um símbolo de motivação e determinação, evoca um desejo por mudança. Vinci explica, "estes pequenos objetos que se configuram como ferramentas de medição podem nos ajudar a continuar a nossa jornada". Portanto, a mensagem final da exposição não diz respeito à mudança e à permanência, mas aos elementos que nos conduziram ao presente e irão nos guiar no futuro.