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No dia 14 de maio, às 19h, Oscar Oiwa inaugura sua primeira exposição na Galeria Nara Roesler. A mostra Clima tempestuoso conta com 12 pinturas criadas nos últimos dois anos, todas inéditas no país. A mostra fica em cartaz até 15 de junho.

As obras retratam desastres (naturais ou causados pelo homem), violentos episódios climáticos, equívocos políticos e estados de calamidade com o traço fantasioso de Oscar Oiwa. 

É possível reconhecer nas telas a influência de grandes mestres do ukiyo-e, estilo de pintura desenvolvido no Japão entre os séculos XVII e XIX. Em Rescue Boat, por exemplo, ondas gigantescas ameaçam engolir um grande navio, lançando mão da estética e do tema tipicamente nipônicos. 

Esta homenagem aos mestres japoneses, porém, é aliada a questões absolutamente globais e contemporâneas, como a alusão ao Superdome que abrigou as vítimas do furacão Katrina na obra de sugestivo título Swirl (Redemoinho), de 2012, ou as menções a grandes obras de arte de muitas cifras indo para debaixo da ponte no mundo pós-crise da tela Occupy everywhere, em aberta citação ao movimento Occupy.

O trabalho de Oscar Oiwa é fruto direto de sua itinerância: filho de Japoneses, o artista nascido em São Paulo mudou-se para Tóquio durante o ápice da crise econômica. Em seguida para Londres e, em 2002, ao receber a Guggenheim Fellowship, estabeleceu-se em Nova Iorque, onde vive e trabalha até hoje. Essas diferentes estadias implantaram sua familiaridade com histórias de fantasmas, notícias cotidianas, filmes e quadrinhos de terror na sua visão do mundo urbano.

No texto crítico sobre a mostra, Marilyn Zeitlin conclui: ”Oiwa não desvia o olhar do mundo ao seu redor; ele nos faz ter sentimentos diferentes e pensar de maneira distinta sobre esse mundo. Ele usa sua consciência da imensidão do mundo, sua sagacidade, sua imaginação, sua tremenda habilidade artística para transformar o terrível em algo sobre o qual conseguimos refletir.”