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Nara Roesler New York tem o orgulho de anunciar Tomie Ohtake: Persistência do Visível individual da artista Tomie Ohtake (n. 1913, em Kyoto, Japão- m. 2015, em São Paulo, Brasil), com curadoria de Luis Pérez -Oramas. A mostra oferece uma retrospectiva sucinta de sua produção através da seleção de obras-chave, capazes de pontuar as fases definidoras da carreira da artista, em seus mais de 50 anos de produção. A exposição é inaugurada no dia 4 de novembro, permanecendo em exibição até 23 de dezembro de 2021.

 

 

 

Figura de destaque na arte brasileira da segunda metade do século 20 e das primeiras décadas do século 21, Tomie Ohtake é conhecida por ter produzido uma das obras mais relevantes da arte moderna tardia nas Américas, abrangendo pintura, escultura, gravura, desenho, colagem, direção de arte para o teatro e obras monumentais em espaços públicos. Após um período seminal sob a influência da abstração lírica, seu trabalho evolui para uma investigação ousada sobre a densidade da pintura, contrastando com as tendências construtivo-geométricas da racionalidade concretista no Brasil das décadas de 1950 e 1960. Ohtake produziu pinturas com superfícies ricas em texturas, feitas com os olhos vendados. Essas impressionantes 'pinturas cegas' são de importância histórica sem igual nas Américas, pois enfatizam uma densidade corpórea, contrastando com o pano de fundo da arte esquemática concreta, propondo uma ousada perspectiva fenomenológica, capaz de tomar todo o corpo humano - e não apenas os olhos - como fundamento da arte visual. Durante as décadas de 1970 e 1980, Ohtake produziu uma extraordinária série de pinturas, apresentando uma versão figurativa da abstração com campos de cores de inclinação orgânica. Essas obras, excepcionais por sua beleza e  magistral execução, podem ser vinculadas a toda a tradição do modernismo vernáculo que ocorreu no Brasil a partir da década de 1920 com a obra de artistas como Tarsila do Amaral e Emiliano di Cavalcanti. Partindo de sua formação japonesa e de sua compreensão da arte visual como experiência topológica, ela seguiu seu trabalho como pintora, diretora de arte para teatro e escultora, culminando em suas estruturas tubulares tardias, assim como pinturas de impecável brancura textural, criadas quando ela se aproximava dos 102 anos de idade.

 

Com obras pertencentes a cada um desses períodos fundamentais, Tomie Ohtake: Persistência do Visível põe em primeiro plano as fases marcantes da carreira da artista, celebrando cada etapa, mas também enfatizando o desejo de Ohtake de capturar a densidade do espaço, a cor como campo gerativo e a experiência corpórea da forma. Como uma das mais significantes artistas brasileiras de seu tempo, Ohtake alcançou destaque institucional no país e, mais recentemente, expressivo reconhecimento internacional, ingressando nas coleções permanentes do Dallas Museum of Art, em Dallas / TX (2019), do Metropolitan Museum of Art, em Nova York / NY (2017), da M + Collection, em Hong Kong (2017), e da Tate, em Londres (2016). Ampliando o esforço contínuo da galeria para expandir a presença internacional da artista, Nara Roesler apresenta Tomie Ohtake: Persistência do Visível, oferecendo uma oportunidade de consolidar, na consciência do público estadunidense, o legado verdadeiramente único desta artista.