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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar Melinha, primeira exposição individual de Asuka Anastacia Ogawa (1988, Tóquio, Japão) no Brasil, que reúne uma seleção de treze pinturas desenvolvidas pela artista especialmente para a ocasião. A mostra abre ao público no dia 23 de março, como parte do circuito oficial da SP-Arte 2024, e segue em exibição até 11 de maio. 

 

Nascida no Japão, Ogawa passou parte da infância e adolescência em Petrópolis, no Rio de Janeiro, cidade natal de sua família materna. Depois, a artista completou seus estudos na Suécia e graduou-se na Central Saint Martins College, em Londres, e atualmente vive em Los Angeles, nos Estados Unidos. A diversidade cultural que permeou seus anos de formação teve grande impacto em sua produção artística, que incorpora diferentes referências visuais, crenças e tradições. 

 

Sobre fundos monocromáticos e vibrantes, suas pinturas oníricas retratam figuras andróginas com rostos cuidadosamente construídos e olhos amendoados que parecem mirar para além dos limites da tela. As imagens retratadas por Ogawa remetem, sobretudo, à sua ancestralidade japonesa e afro-brasileira. "Embora eu não tenha um tema quando pinto, estou sempre pensando em minha mãe, avó e bisavó, e na beleza, força, luta e amor de nossos ancestrais", diz a artista. 

 

Para esta exposição, no entanto, a proximidade familiar foi também física. Pela primeira vez, Asuka produziu em companhia de sua mãe que, se interessou pela pintura e acabou por participar ativamente na produção de algumas das obras na preparação dos fundos das telas. Além da participação direta no desenvolvimento dos trabalhos, a presença materna proporcionou à Ogawa uma atmosfera de calma e de serenidade que transparece nas obras, enquanto que seu processo de produção também foi marcado pelo aprofundamento, por parte da artista, em práticas meditativas. Durante este período, mãe e filha, lado a lado, puderam também revisitar memórias de Amelia, avó materna de Asuka, cujo apelido, Melinha, dá nome à presente exposição.

 

A influência do legado ancestral na produção de Ogawa é visível não só através dos diversos elementos e detalhes presentes em suas telas, tais como vestimentas, adereços, objetos e animais cuidadosamente inseridos em suas composições, como também através da representação de  situações cotidianas e temas relacionados ao afeto, criando obras ambíguas e misteriosas carregadas de simbolismos que a conectam às suas diversas raízes.

 
Ogawa realizou nos últimos anos algumas exposições individuais, como: Pedra (Blum&Poe, Los Angeles, EUA, 2023), Tamago (Blum&Poe, Los Angeles, EUA, 2022), Feijão (Half Gallery, Nova York, EUA, 2019) e Soup (Henry Taylor’s, Los Angeles, EUA, 2017). Participou também de coletivas, como Room by room: concepts, themes and artists in the Rachosfy Collection (The Warehouse, Dallas, EUA, 2023), Co-respondences: Brazil and Abroad (Nara Roesler, Nova York, EUA, 2023), 5471 Miles (Blum&Poe, Los Angeles, EUA, 2020), Early 21st Century Art (Almine Rech Gallery, Londres, Reino Unido, 2018), e Don’t Eat Me (Deli Gallery, Nova York, EUA, 2018). Seu trabalho integra as coleções do Dallas Museum of Art (Dallas, EUA), Nasher Museum of Art at Duke University (Durham, EUA) e do X Museum (Beijing, China).

Vistas da Exposição

Vista da exposição Melinha, Nara Roesler São Paulo, 2024. Foto: Flávio Freire. Cortesia Nara Roesler.