giro gráfico. como en el muro la hiedra

museo nacional centro de artes reina sofia, madri, espanha
18.5 - 13.10.2022

Julio Le Parc participa da “Giro gráfico. Como en el muro la hiedra”, resultado de um longo processo de pesquisa colaborativa realizada pela Southern Conceptualisms Network, em colaboração com o Museo Reina Sofía. A exposição apresenta um levantamento das iniciativas gráficas que, da década de 1960 aos dias atuais, enfrentaram a urgência de contextos opressores na política da América Latina, articulando estratégias de transformação e resistência que mudaram radicalmente abordagens e ações, assim como estabeleceram ligações intersubjetivas, constuiram comunidades e propagaram suportes gráficos.

 

Com o objetivo de explorar como esses processos coletivos deram visibilidade a diferentes demandas sociais, a exposição reúne uma ampla seleção desses materiais que circularam de forma rápida e eficaz fora do campo da arte. Advindo de diferentes origens e coordenadas geográficas, eles compartilham componentes  e meios precários, assim como  o mesmo potencial gráfico e  de disseminação, funcionando como chamados revolucionários. Assim, movimentos pelos direitos indígenas, as lutas pela memória das vítimas das ditaduras no Chile, Argentina, Peru e Uruguai, os ativismos queer e feministas  revelam-se produtores desses cartazes e faixas, de camisetas, de intervenções no espaço urbano e de performances e ações na rua, compondo um conjunto complexo de experiências que englobam laços de solidariedade, afinidade e influência entre diferentes países. Consequentemente, a exposição abarca noções ampliadas da arte gráfica, abordando a ideia de “virada” como uma insurreição, um desafio ao poder.

 

Nesta ocasião, os estudos de caso analisados, dentro e fora das Américas, comprovam a ampla gama de ferramentas de ação gráfica que conectam internacionalmente esses modos de protesto e dissidência. Esses processos olham para outros movimentos de décadas anteriores, nos quais se baseiam, como se fossem situações interligadas. Esse diálogo busca encontrar não apenas coincidências e afinidades entre diferentes ciclos históricos, mas também tensões, latências e transformações nas práticas artísticas gráficas.

 

Ao contrário dos materiais de arte gráfica de vanguarda associados à socialização da arte, a mostra dá conta da redefinição da arte gráfica a partir da prática política por meio de estratégias de agência que perpassam sua inserção em circuitos ideológicos na criação de formas contra-hegemônicas e narrativas decoloniais, na transformação do espaço público, no uso de diferentes temporalidades — do imediatismo dos protestos de rua ao tempo demorado da tecelagem e do bordado — assim como da sua capacidade de dar origem a comunidades de resistência coletiva que atravessam fronteiras geopolíticas, sociais e institucionais.

 

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