Julio Le Parc (n. 1928, Mendoza, Argentina) é reconhecido internacionalmente como um dos principais nomes da arte óptica e cinética. Ao longo de seis décadas, ele realizou experiências inovadoras com luz, movimento e cor, buscando promover novas relações entre arte e sociedade a partir de uma perspectiva utópica. Suas telas, esculturas e instalações abordam questões relativas aos limites da pintura a partir de procedimentos que se aproximam da tradição pictórica na história da arte, como o uso de acrílico sobre tela, ao mesmo tempo que investigam potencialidades cinéticas em assemblages, instalações e aparelhos máquinicos que exploram o movimento real e a atuação da luz no espaço.
Pioneiro do gênero óptico e cinético, Julio Le Parc foi co-fundador do Groupe de Recherche d'Art Visuel (1960-68), um coletivo de artistas que se propunha a incentivar a interação do público com a obra, a fim de aprimorar suas capacidades de percepção e ação. De acordo com essas premissas, somadas à aspiração bastante disseminada na época de uma arte desmaterializada, indiferente às demandas do mercado, o grupo se apresentava em locais alternativos e até na rua. As obras e instalações de Julio Le Parc, feitas com nada além da interação entre luz e sombra, são resultado direto desse contexto, no qual a produção de uma arte fugaz e não vendável assumia claro tom sociopolítico.
Julio Le Parc vive e trabalha em Paris, França. Exposições individuais recentes incluem: Julio Le Parc: The Discovery of Perception, no Palazzo delle Papesse (2024), em Siena, Itália; Julio Le Parc: Un Visionario, no Centro Cultural Néstor Kirchner (2019), em Buenos Aires, Argentina; Julio Le Parc 1959, no The Metropolitan Museum of Art (The Met Breuer) (2018), em Nova York, EUA; Julio Le Parc: da forma à ação, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2017), em São Paulo, Brasil; Julio Le Parc: Form into Action, no Perez Art Museum (2016), em Miami, EUA. Seus trabalhos figuraram, recentemente, nas seguintes exposições coletivas: Action <-> Reaction: 100 Years of Kinetic Art, no Kunsthal Rotterdam (2018), em Rotterdam, Países Baixos; The Other Trans-Atlantic: Kinetic & Op Art in Central & Eastern Europe and LatinAmerica 1950s-1970s, no Garage Museum of Contemporary Art (2018), em Moscou, Rússia, no Sesc Pinheiros (2018), em São Paulo, Brasil, e no Museum of Modern Art (2017), em Varsóvia, Polônia; Kinesthesia: Latin American Kinetic Art, 1954-1969, II Pacific Standard Time: LA/LA (II PST: LA/LA), no Palm Springs Art Museum (PSAM) (2017), em Palm Springs, EUA; Retrospect: Kinetika 1967, no Belvedere Museum (2016), em Viena, Áustria; The Illusive Eye, no El Museo del Barrio (2016), em Nova York, EUA. Seus trabalhos fazem parte de importante coleções, tais como: Daros Collection, Zurique, Suíça; Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, Estados Unidos; Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, Paris, França, e The Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Estados Unidos; entre outras.