Desde a década de 1990, Paul Ramirez Jonas (n. 1965, Pomona, Estados Unidos) tem realizado proposições tão diversas quanto instalações públicas e esculturas monumentais, por um lado, e desenhos, vídeos e performances intimistas, por outro. Apesar de sua formação inicial em pintura, o artista norte-americano investiga, em sua prática, as potências da sociabilidade, focando nas relações de participação e troca entre artista, obra e espectador. Ramirez Jonas norteia suas criações a partir da noção de leitura, assumindo seu trabalho enquanto releitura de elementos cotidianos – como diários, fotos antigas, partituras etc. – que visam a retirar o público da posição de leitor passivo, colocando-o como agente capaz de constituir e validar o sentido da obra pela sua atuação.
Em suas proposições, o engajamento do outro com o trabalho busca criar uma comunidade, mesmo que temporária. Por isso, suas obras têm muito mais o caráter de monumentos do que de esculturas, pois visam à comunicação coletiva de ideias e histórias. Na 28ª Bienal de São Paulo (2008), por exemplo, o trabalho de Ramirez Jonas consistia em oferecer a visitantes as chaves da porta principal do pavilhão em que a mostra era realizada. Dois anos depois, em Key to the City, 24.000 mil chaves de espaços públicos e privados da cidade de Nova York foram distribuídas. Ambas as propostas mostram a capacidade que seu trabalho possui de, a partir de um pequeno objeto, criar experiências compartilhadas e radicais na contemporaneidade.
Paul Ramirez Jonas vive e trabalha em Nova York, Estados Unidos. Suas mostras individuais mais recentes são: Key to the City, em Birmingham (2022), Reino Unido; Public Trust, no Museum of Contemporary Art (MOCA) (2020), em Cleveland, Estados Unidos; El Palacio de Cristal, no Museo Jumex (2018), na Cidade do México, México; Half-Truths, no New Museum of Contemporary Art (2017), em Nova York, Estados Unidos; Atlas, Plural, Monumental, no Contemporary Arts Museum Houston (CAMH) (2017), em Houston, Estados Unidos, e Public Trust, site-specific na Dudley Square, na Kendall Square, e na Copley Square, em Boston, Estados Unidos. Participou da 53ª Bienal de Veneza, Itália (2009); da 28ª Bienal de São Paulo, Brasil (2008) e da 7ª e 10ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2009 e 2015), Brasil. Outras exposições coletivas recentes de que participou incluem: Monuments Now, no Socrates Sculpture Park (2020), em Long Island City, Estados Unidos; Portadores de Sentido – Arte contemporáneo en la Colección Patricia Phelps de Cisneros, no Museo Amparo de la ciudad de Puebla (2019), em Puebla, México; New Monuments for New Cities, realizada em 2019 no High Line, em Nova York, Estados Unidos, no Bentway, em Toronto, Canada, no 606, em Chicago, Estados Unidos, no Waller Creek, em Austin, Estados Unidos, no Buffalo Bayou, em Houston, Estados Unidos ; Metrópole, na Galeria Nara Roesler (2017), em São Paulo, Brasil; Núcleo Nómada/05 Arte contemporáneo emergente en Honduras, no Centro Cultural de España en Tegucigalpa (CCET) (2015), em Tegucigalpa, Honduras. Suas obras fazem parte de coleções como as de: Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Malmö Konstmuseum, Malmö, Suécia; New Museum, Nova York, Estados Unidos; Pérez Art Museum, Miami, Estados Unidos; e Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos.