Biografia

O paulistano Artur Lescher (n. 1962, São Paulo, Brasil) destaca-se no atual panorama da arte contemporânea brasileira por suas obras tridimensionais. Há mais de trinta anos, ele apresenta um sólido trabalho, resultado de uma pesquisa em torno da articulação entre matéria, forma e pensamento. São trabalhos que excedem o caráter de escultura e cruzam as linguagens da instalação e do objeto, a fim de modificar a compreensão destas e do espaço em que se inserem. Ao mesmo tempo que sua prática está atrelada a processos industriais, sua produção não tem por único fim a forma. Ao escolher nomear obras como Rio Máquina, Metamérico ou Inabsência, Lescher sugere narrativas, por vezes contraditórias ou provocativas, que abrem espaço para o mito e a imaginação.

 

Lescher obteve reconhecimento no âmbito nacional a partir de sua participação na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987, onde apresentou Aerólitos, obra que consiste no diálogo estabelecido entre dois balões de ar quente, cada um com onze metros de comprimento. Um deles se habitava o interior do pavilhão da mostra, e o outro, a área externa. Ao justapor sólidas estruturas geométricas e materiais resistentes como metal, pedra, madeira, latão e cobre a outros que guardam características de impermanência ou inconstância, como água, azeite e sal, Lescher enfatiza a imponderabilidade, ou “a inquietude”, como observou o crítico e curador Agnaldo Farias em relação a “suas peças, contrariando suas aparências exatas e limpas, passa-nos uma sensação de inquietude, como se nós, espectadores, estivéssemos na iminência de assistir a irrupção de algo, (...), que pode desembocar na violência, no atracamento de materiais, na deformação de um corpo, rastros de uma ação já encerrada.”

 

Algumas de suas últimas exposições individuais são: Artur Lescher, no Instituto Artium (2023), em São Paulo, Brasil; Observatório, no Farol Santander (2022), em Porto Alegre, Brasil; Artur Lescher: suspensão, na Estação Pinacoteca (2019), em São Paulo, Brasil; Asterismos, na Almine Rech Gallery (2019), em Paris, França; Porticus, no Palais d’Iéna (2017), em Paris, França; Inner Landscape, na Piero Atchugarry Gallery (2016), em Pueblo Garzón, Uruguai. Participações em exposições coletivas recentes incluem: 3rd Forever is Now, nas Pirâmides de Gizé, Egito (2023); Form Follows Energy, no Lago / Algo (2022), na Cidade do México, México; Tension and Dynamism, no Atchugarry Art Center (2018), em Miami, Estados Unidos; Mundos transversales – Colección permanente de la Fundación Pablo Atchugarry, na Fundación Pablo Atchugarry (2017), em Maldonado, Uruguai; Everything You Are I Am Not: Latin American Contemporary Art from the Tiroche DeLeon Collection, no Mana Contemporary (2016), em Jersey, Estados Unidos; El círculo caminaba tranquilo, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires (MAMBA) (2014), em Buenos Aires, Argentina; The Circle Walked Casually, no Deutsche Bank KunstHalle (2013), em Berlim, Alemanha. Tem obras em importantes coleções como: Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Buenos Aires, Argentina; Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, Estados Unidos; Philadelphia Museum of Art, Filadélfia, Estados Unidos; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Exposições

Notícias

Press

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    Marcelo Pinheiro, ArteBrasileiros 1.7.2012
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    refinamento e depuração na arte de artur lescher

    Maria Hirszman, O Estado de São Paulo 7.3.2006

Texto Crítico

  • poética da elevação

    juliano garcia pessanha
    Se o peso goza dos privilégios do realismo e tem a seu lado as durezas da vida, a leveza parece minoritária e paradoxal. Não é um visionário aquele que busca liberar-se da atração gravitacional? Como ousar ficar suspenso quando tudo quer apoio e como proclamar as verdades da levitação quando todos nos apontam a queda como o destino final? No infindável debate entre o peso e a leveza e entre a preguiça do suporte e as tensões da suspensão, Asterismos, de Artur Lescher, responde com a vitória do leve e do ascensional. A maior parte dos objetos da instalação, apesar de dotados de grande massa, flutuam como iogues matemáticos e entidades levitantes. Os compostos por fios tensionados são atravessados pela luz e pela atmosfera do espaço; naqueles onde se identifica uma base como a parede ou o próprio chão, no caso da peça em que os fios partem de círculos que formam um nó borromeano, formam-se feixes relacionados com o alto. Na contramão do brutalismo do fático e...