No universo pictórico de Bruno Dunley (n. 1984, Petrópolis, Brasil) promessas são constantemente feitas e quebradas, distendendo os limites da visualidade. Seu trabalho explora a pintura apenas como técnica de figuração expressiva, mas busca refletir sobre a própria especificidade do meio, principalmente no que diz respeito à sua materialidade e função representativa na tradição artística. Dunley é um dos expoentes da nova e proeminente geração de pintores brasileiros e um dos fundadores do Grupo 2000e8. O coletivo de jovens artistas foi criado em São Paulo devido ao interesse compartilhado pela pintura e pela vontade de desenvolver um pensamento crítico sobre a técnica na contemporaneidade.
O processo de Dunley parte de composições rigorosamente construídas que passam por correções e alterações graduais e cuja função é revelar as lacunas e lapsos da percepção visual. Frequentemente, uma única cor predomina na superfície, o que pode sugerir um estilo minimalista, capaz de gerar uma postura meditativa diante do trabalho. Contudo, há a busca crescente por configurações mais agressivas, expressivas e contrastadas por cores vibrantes. Em sua prática, a temática é sempre dúplice: o artista pinta influenciado pelo encontro com imagens cotidianas, assim como pelo estudo aprofundado do campo pictórico. Ambas convergem, porém, no uso pronunciado dos códigos dessa linguagem. Gestos, planos e cores fazem a representação emergir mais como um alfabeto, um território comum, em que o processo de feitura sempre está presente. De fato, essa é a busca de Dunley: a de uma sensibilidade comum, disseminada.
Bruno Dunley vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Exposições individuais recentes incluem: Clouds, na Nara Roesler (2023), em Nova York, Estados Unidos; Virá, na Nara Roesler (2020), em São Paulo, Brasil; The Mirror, na Nara Roesler (2018), em Nova York, Estados Unidos; Dilúvio, na SIM Galeria (2018), em Curitiba, Brasil; Ruído, na Nara Roesler (2015), no Rio de Janeiro, Brasil; e, no Centro Universitário Maria Antonia (2013), em São Paulo, Brasil. Participou da 33a Bienal de São Paulo, Brasil (2018). Outras mostras coletivas recentes incluem: The rains are changing fast, no The Hekscher Museum of Art (2024), em Huntington, EUA; Entre tanto, na Casa de Cultura do Parque (CCP) (2020), em São Paulo, Brasil; Triangular: Arte deste século, na Casa Niemeyer (2019), em Brasília, Brasil; AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; 139 X Nothing but Good, no Park – Platform for Visual Arts (2018), em Tilburg, Países Baixos; Visões da arte no acervo do MAC USP 1900-2000, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) (2016), em São Paulo, Brasil; Deserto-modelo, no 713 Arte Contemporáneo (2010), em Buenos Aires, Argentina. Seus trabalhos fazem parte de importantes coleções institucionais, tais como: Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), São Paulo, Brasil, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.